semana farroupilha

FOTOS: santa-marienses constroem galpão crioulo no quintal da própria casa

Thays Ceretta


Na casa da família Campos, as boas-vindas não são só acompanhadas do chimarrão. O amor à tradição fez o casal João Telmo e Elisete criar seu próprio galpão crioulo. Dois espaços da residência foram transformados em um piquete "pra lá de especial", para receber os amigos.

Cada detalhe do espaço, construído no quintal de casa, foi pensado com muito carinho e dedicação pelos moradores do Bairro Camobi. O espaço existe há 29 anos e começou como uma brincadeira entre amigos.

- Depois que eu me aposentei, tinha vontade de comprar uma chácara para fora, já que a gente gosta muito, mas daí pensamos na distância, em estar fora de casa, e então decidimos montar aqui mesmo - revela o servidor público aposentado João Telmo Silva Campos, 66 anos.

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Segundo ele, o casal começou a ganhar presentes dos amigos e familiares para decorar o galpão. Outros, eles mesmos compram.  

- Aqui ficou a nossa chácara. A paixão pelo tradicionalismo ficou dentro de casa - ressalta.

A garagem da parte da frente, agora transformada em uma sala campeira, foi batizada de Galpão dos Campos. Reúne móveis de madeira, sofá com pelego, fogão a lenha, cavalo decorativo, bancos com roda de charrete, bandeira do Rio Grande do Sul e o cantinho do Bolicho do Preto Velho, nome dado em homenagem ao dono da casa. Nos fundos, o espaço chamado de Amigos do Galpão é reservado para jantares, festas e até shows dos amigos no palco, que conta com instrumentos musicais.

A inauguração do novo espaço ocorreu no dia 6 deste mês, e reuniu 50 amigos. Cada um deu um pouco de "pila" para fazer o "fandango" e a "boia". Além disso, o combinando era que ninguém podia pisar no "garrão" de ninguém.

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- Na realidade, a gente quer mostrar para essa gurizada que as coisas antigas não podem morrer, que as coisas velhas também têm valor. E, mais que isso, que não podemos deixar morrer uma história, uma tradição - diz, emocionada, a dona de casa Elisete Campanhola Campos, 53 anos.

DECORAÇÃO
Segundo ela, o cantinho representa a vida campeira, com uma decoração que relembra a infância dos dois. Cada objeto que decora o "rancho" do casal tem uma história. As rodas eram da charrete usada pelos familiares de Elisete para colher fumo. Uma caixinha para guardar erva-mate tem 100 anos. São centenas de artigos raros que encantam, como os móveis de madeira, os tachos de doce e a panela de polenta.

- É tudo simples, mas que tem a nossa cara, a nossa essência. A gente gosta de estar junto, reunido, olhar no olho, abraçar, conversar, é um aconchego. A pessoa tem que se sentir bem-vinda na nossa casa - conclui Elisete.

ESPAÇO PARA REUNIR A FAMÍLIA
Pode se "aprochegar" que a história ainda não terminou. Outra casa de Santa Maria também põe inveja em muitos CTGs. Não é só na Semana Farroupilha que o Piquete Pataço tem eventos especiais. Toda segunda-feira, os homens se reúnem para jantar, tocar música e cantar. O local é cedido por uma das integrantes do grupo que mora no mesmo endereço e administra um bar.

- O grupo de amigos começou a se juntar esporadicamente e foi se tornando tradição. Pedimos autorização para a dona ceder o espaço e deixamos mais com a cara do tradicionalismo, decorando com materiais campeiros e objetos do nosso Estado - ressalta o patrão do piquete, Rafael Barcelos, 44 anos.

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O espaço, que fica na Rua Marechal Deodoro, no Bairro Itararé, chegou a ter 100 participantes. Hoje, tem 40. Uma vez ao mês, o jantar é feito para as famílias. Na Semana Farroupilha, a programação inclui um cardápio especial e música ao vivo.

- É tudo família. Fica próximo de casa, é tudo mais fácil - diz Barcelos, que é médico veterinário e dedica parte do seu tempo ao tradicionalismo.

As cores da bandeira do Rio Grande do Sul, enfeitam o "rancho", assim como as fotos das junções e os quadros com dizeres gaudérios. Cada noite, a turma se divide para fazer uma "boia buena".

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